terça-feira, 12 de novembro de 2013

Alimentos industrializados terão teor de sódio reduzido

Novo termo assinado nesta terça-feira eleva para 16 o número de grupos de alimentos atendidos; meta é retirar 28 mil toneladas de sódio dos alimentos até 2020, segundo o MS.


Fabiane Schmidt, da Agência Saúde

O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) fecharam, nesta terça-feira (5), o quarto acordo para a redução do teor de sódio nos alimentos industrializados. Desta vez, o compromisso é pela diminuição desse ingrediente em laticínios, embutidos e refeições prontas, em até 68% ao longo dos próximos quatro anos.

O novo termo, assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo presidente da entidade, Edmundo Klotz, eleva para 16 o número de categorias de alimentos atingidas, que somadas representam 90% dos alimentos industrializados que mais contribuem com o consumo de sódio no país. “Nossa intenção é estimular e apostar na capacidade de inovação da indústria.Ela foi uma parceira nesse período para superar a meta de redução e já conseguimos retirar mais de 11 mil toneladas de sódio dos alimentos industrializados no país”, destacou o ministro.


Com a inclusão dos três novos grupos, a meta global do acordo passa a ser retirar 28 mil toneladas de sódio até 2020. Desde 2011, a estimativa é que 11,3mil toneladas tenham sido retiradas dos produtos como bisnaguinhas, massas instantâneas, bolos prontos, biscoitos e caldos.
O sódio está presente no sal de cozinha e em produtos industrializados. Seu consumo em excesso está associado a uma série de doenças, sobretudo à hipertensão arterial. A doença, segundo o nov levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel 2012, atinge 24,3% dos brasileiros hoje.

“Somos o segundo maior produtor de alimentos no mundo, maior gerador de renda desse país e nós precisamos desenvolver cada vez o valor agregado, a exemplo de iniciativas como essa proposta pelo Ministério da Saúde.Uma das maiores vantagens é estimular a indústria a buscar cada vez mais soluções”, avaliou o presidente da Abia.

CONSUMO EXCESSIVO - Segundo a última Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sódio por dia,considerando o sal de mesa e o sódio obtido dos alimentos. A marca é mais que o dobro do que os 5 gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Se chegasse ao consumo médio ideal, o Brasil teria forte impacto na qualidade de vida dos brasileiros e na redução das mortes atribuídas à hipertensão e às suas complicações, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Estima-se que esta mudança acarretaria 15% menos mortes por AVC (acidente vascular cerebral) – hoje a principal causa de morte entre os brasileiros e responsável por 100 mil óbitos só em 2011 – e 10% menos mortes por infarto. Além disso, seria possível reduzir em 1,5 milhão o número de pessoas que necessitam de medicação para controlar a pressão alta. Outro ganho seria o acréscimo de mais quatro anos na expectativa de vida dos hipertensos.

MONITORAMENTO – O acordo, que tem adesão voluntária,estabelece o acompanhamento das informações da rotulagem nutricional dos produtos e as análises laboratoriais de produtos coletados no mercado e da utilização dos ingredientes à base de sódio pelas indústrias. O mineral é usado não só para dar sabor, mas também por outras funções tecnológicas, incluindo ade conservante.

Desde o início de 2013, estão sendo coletadas e analisadas amostras de categorias de produtos firmados nas duas primeiras etapas da parceria, entre eles, macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinhas.

RENOVAÇÃO - O Ministério da Saúde e a indústria também vão renovar a cooperação, iniciada em 2007, que permitiu a reformulação das fórmulas dos alimentos processados.

Além da parceria para redução do teor de sódio, o acordo de cooperação também permitiu a retirada de 230 mil toneladas de gordura trans do mercado. Estudo feito pela ABIA, em parceria com o governo federal, revelou que 94,6% das empresas ligadas à entidade, alcançaram a meta estabelecida em 2007, que limita a 5% de presença de gordura trans do total de gorduras em alimentos industrializados e 2% do total de gorduras em óleos e margarinas. 
A renovação do acordo vai permitir estudos e debates para definir as categorias prioritárias e montar o próximo passo: a redução de açúcar e gorduras totais e saturadas.

 http://www.abeso.org.br/lenoticia/1073/alimentos+industrializados+terao+teor+de+sodio+reduzido.shtml

METAS DO QUARTO TERMO DO ACORDO DE SÓDIO
LATICINIOS
Metas para 2014 (mg)
Metas para 2016 (mg)
Redução em 4 anos (mg)
Requeijão cremoso
587
541
63,2%
Queijo muçarela
559
512
68%
SOPAS
Metas para 2014 (mg)
Metas para 2016 (mg)
Redução em 4 anos (mg)
Sopa instantânea
334
330
19,5
Sopas prontas para consumo e para cozimento
327
314
33,2
EMBUTIDOS
Metas para 2015 (mg)
Metas para 2017 (mg)
Redução em 4 anos (mg)
Empanados
690
650
54,8
Hambúrguer
780
740
59,0
Linguiça cozida temp. ambiente
1560
1500
27,9
Linguiça cozida mantida sob refrigeração
1310
1210
33,9
Linguiça frescal
1080
970
42,0
Salsichas
1140
1120
29,8
Mortadela mantida sob refrigeração
1270
1180
26,6
Mortadela mantida a temp ambiente
1380
1350
16,0
Presuntaria
1180
1160
35,7

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